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A reabilitação em pacientes com doenças neurológicas como mielite, AVC (Acidente Vascular Cerebral), Parkinson e Alzheimer requer abordagens especializadas, considerando as limitações e desafios únicos que cada uma dessas condições apresenta. A fisioterapia, como parte essencial da reabilitação, desempenha um papel importante na restauração da função motora, no controle da dor e na promoção da independência funcional.

Objetivos gerais da reabilitação neurológica

  • Restaurar a função motora e cognitiva, quando possível;
  • Melhorar a mobilidade e o equilíbrio;
  • Promover a independência nas atividades de vida diária (AVD);
  • Reduzir a espasticidade e a rigidez muscular;
  • Prevenir complicações secundárias, como úlceras de pressão e contraturas;
  • Aumentar a qualidade de vida e promover o bem-estar psicológico.

Reabilitação para pacientes com mielite

Mielite é uma inflamação da medula espinhal que pode resultar em fraqueza muscular, paralisia, perda de sensibilidade e controle dos esfíncteres, dependendo da gravidade e da extensão da lesão.

Objetivos da reabilitação:

  • Melhorar a força muscular e a mobilidade;
  • Reduzir espasmos e rigidez muscular;
  • Melhorar a função respiratória, se afetada;
  • Promover o máximo de independência funcional.

Abordagens:

  1. Exercícios de fortalecimento muscular: Fortalecimento progressivo dos membros superiores e inferiores para melhorar a capacidade funcional, especialmente para atividades como sentar, levantar e caminhar (quando possível).
  2. Treino de mobilidade: Se houver perda parcial ou total da função motora, a fisioterapia busca manter a mobilidade residual com exercícios passivos, ativos-assistidos ou ativos.
  3. Controle de espasticidade: Técnicas como alongamentos passivos e uso de órteses podem ser aplicadas para reduzir a espasticidade (rigidez muscular) e prevenir contraturas.
  4. Reeducação postural e treino de equilíbrio: Pacientes com mielite podem apresentar dificuldades de equilíbrio, especialmente se houver fraqueza nos membros inferiores. Exercícios de estabilidade em superfícies instáveis e fortalecimento do core ajudam na reeducação postural.
  5. Uso de órteses e dispositivos de auxílio: Dispositivos como órteses de tornozelo-pé (AFOs) ou cadeiras de rodas podem ser necessários para aumentar a independência do paciente.

Reabilitação para pacientes com AVC

O AVC pode resultar em hemiparesia (fraqueza de um lado do corpo), hemiplegia (paralisia de um lado do corpo), afasia (dificuldade na fala) e outras sequelas neurológicas. A reabilitação visa restaurar o máximo de função motora e cognitiva possível.

Objetivos da reabilitação:

  • Restaurar o controle motor e melhorar a mobilidade;
  • Melhorar o equilíbrio e a coordenação;
  • Prevenir contraturas e úlceras de pressão;
  • Ajudar o paciente a readquirir independência nas atividades de vida diária.

Abordagens:

  1. Terapia de movimento induzido por restrição (CIMT): Utilizada para melhorar o uso do membro afetado. Consiste em restringir o membro não afetado para incentivar o uso do membro comprometido, promovendo a neuroplasticidade.
  2. Exercícios de fortalecimento e mobilidade: Exercícios progressivos de fortalecimento muscular e alongamento são utilizados para melhorar o controle motor e reduzir a espasticidade nos músculos afetados. O treino de marcha com ou sem suporte também é uma intervenção essencial.
  3. Reabilitação do equilíbrio e coordenação: Exercícios de equilíbrio e coordenação ajudam a prevenir quedas e melhorar a capacidade de caminhar com segurança.
  4. Reeducação da marcha: Trabalhar a marcha é essencial para pacientes que sofreram AVC. Usam-se barras paralelas, andadores ou bengalas para facilitar a progressão e o retorno à mobilidade.
  5. Estimulação elétrica funcional (FES): Pode ser usada para melhorar a função motora, estimulando os músculos enfraquecidos.
  6. Terapias de fala e linguagem (em parceria com fonoaudiólogos): Caso o paciente apresente afasia, o trabalho conjunto com fonoaudiólogos é fundamental para melhorar a comunicação.

Reabilitação para pacientes com doença de Parkinson

A doença de Parkinson é uma condição neurodegenerativa que afeta o controle motor, causando tremores, rigidez, bradicinesia (lentidão de movimentos) e instabilidade postural. A reabilitação visa melhorar a qualidade de vida, a mobilidade e a independência.

Objetivos da reabilitação:

  • Melhorar a mobilidade e a marcha;
  • Reduzir a rigidez muscular e os tremores;
  • Melhorar o equilíbrio e prevenir quedas;
  • Aumentar a independência funcional.

Abordagens:

  1. Exercícios de mobilidade e alongamento: São importantes para reduzir a rigidez muscular e aumentar a amplitude de movimento. O foco é nos músculos que afetam a postura e a marcha.
  2. Treinamento de marcha e coordenação: Fisioterapeutas utilizam técnicas para ajudar o paciente a caminhar com passos mais amplos e ritmo constante, combatendo a bradicinesia e a rigidez.
  3. Treino de equilíbrio e propriocepção: Exercícios de equilíbrio são cruciais para prevenir quedas, que são comuns em pacientes com Parkinson. Utiliza-se treinamento em superfícies instáveis e técnicas de reeducação postural.
  4. Terapias de exercício em grupo: Algumas atividades físicas, como dança ou Tai Chi, ajudam na mobilidade e no equilíbrio e podem ser realizadas em grupo, proporcionando benefícios tanto físicos quanto sociais.
  5. Reeducação da marcha com dispositivos auxiliares: A utilização de bengalas ou andadores pode ser indicada para melhorar a segurança e a mobilidade.
  6. Terapias de voz e deglutição (com fonoaudiólogo): Em estágios mais avançados, pacientes com Parkinson podem desenvolver dificuldades de fala e de deglutição, o que requer o suporte de um fonoaudiólogo.

Reabilitação para pacientes com Alzheimer

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que afeta a memória, o comportamento e, em estágios mais avançados, a função motora. A fisioterapia em pacientes com Alzheimer tem como objetivo manter a mobilidade e independência pelo maior tempo possível.

Objetivos da reabilitação:

  • Manter a mobilidade e a funcionalidade;
  • Prevenir quedas e lesões;
  • Melhorar o bem-estar e a qualidade de vida;
  • Estimular a participação em atividades físicas e cognitivas.

Abordagens:

  1. Exercícios de mobilidade e fortalecimento: Mesmo em estágios avançados, a prática de exercícios físicos regulares ajuda a manter a força muscular e a mobilidade, o que é crucial para prevenir a perda de funcionalidade e quedas.
  2. Treino de equilíbrio e prevenção de quedas: A fisioterapia pode ajudar a melhorar o equilíbrio e a coordenação, prevenindo quedas. O uso de atividades de baixo impacto, como caminhadas assistidas, é incentivado.
  3. Exercícios cognitivos associados a atividades motoras: Em fases iniciais e moderadas da doença, combinar exercícios físicos com tarefas cognitivas (como caminhar enquanto se recita o alfabeto ou contar) pode ajudar a estimular o cérebro e manter a função cognitiva por mais tempo.
  4. Estímulo sensorial e manipulação: Técnicas de estimulação sensorial (como toque terapêutico) e exercícios de manipulação de objetos são utilizadas para manter a função motora fina e a percepção sensorial.
  5. Atividades de recreação e terapia ocupacional: Atividades lúdicas, como jardinagem, música e arte, ajudam a estimular o bem-estar psicológico e manter o engajamento social.

A reabilitação para pacientes com mielite, AVC, Parkinson e Alzheimer é personalizada de acordo com o estágio da doença, as capacidades residuais do paciente e seus objetivos pessoais. A fisioterapia desempenha um papel essencial na promoção da independência, da mobilidade e da qualidade de vida desses pacientes, garantindo uma abordagem humanizada e individualizada para cada condição.